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Médico, maçon e político português, Fernando Baeta Cardoso do Valle nasceu a 30 de Julho de 1900, em Cerdeira, no centro de Portugal, e morreu a 27 de Novembro de 2004, em Coimbra, aos 104 anos.
Fernando Valle pertencia a uma família abastada que, quando ele tinha dois anos, se mudou para Côja, no concelho de Arganil, onde iria passar toda a sua vida.
Aos 23 anos, tornou-se maçon ao entrar para o Grande Oriente Lusitano através da Loja "Revolta". Escolheu para nome de iniciado Egas Moniz, por este ser para si um exemplo de lealdade.
Após a instauração do Estado Novo tornou-se opositor do presidente António Oliveira Salazar, personalidade que considerava "uma coisa má" para Portugal.
As suas opções políticas levaram a que, em 1949, fosse demitido do posto de médico municipal, tendo sido acusado de ser desafecto ao regime. Isto porque participou na campanha presidencial de Norton de Matos. Mesmo assim, em 1958, apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República.
Ingressou ainda nas Juntas de Acção Patriótica, o que levou a que fosse preso, entre 27 de Abril e 29 de Junho de 1962, na Cadeia do Aljube.
Já em 1971, o regime, então liderado por Américo Thomaz e Marcello Caetano, tentou afastá-lo do Hospital da Misericórdia de Arganil. No entanto, uma manifestação de mulheres foi organizada para impedir que tal sucedesse e o afastamento de Fernando Valle foi evitado.
Fernando Valle manteve-se sempre ligado à política e, em Abril de 1973, participou, de forma clandestina, na reunião fundadora do Partido Socialista (PS). O encontro decorreu em Bad-Munstereifel, na Alemanha, e contou também com a presença de Mário Soares.
Apesar de ter continuado ligado ao PS até à data da sua morte, Fernando Valle recusou sempre cargos políticos. Só abriu uma excepção para ser governador-civil de Coimbra. No entanto, foi sempre uma voz ouvida com atenção no interior do partido.
Após falecer a 27 de Novembro de 2004, Fernando Valle foi sepultado em Côja, tendo assistido ao funeral personalidades como Mário Soares, Almeida Santos, José Sócrates e Emídio Guerreiro.
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Fonte: Infopédia
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