A Necrópole de Carenque, Amadora, foi, este sábado, palco de mais uma recriação histórica. Recuando cinco mil anos na história, os elementos da ARQA (Associação de Arqueologia da Amadora) vestiram-se à época e desempenharam as tarefas do povoado que ali habitava.
Trabalhar o barro com a técnica do rolo ou moer grãos de trigo com pedras para fazer farinha foram algumas das actividades desenvolvidas pela ARQA, em conjunto com o Museu Municipal de Arqueologia, tendo como pano de fundo a Necrópole de Carenque, classificado Monumento Nacional em 1936. Mas, esta classificação não evita a degradação da sua envolvente. "A câmara recuperou o caminho de acesso à Necrópole e as pessoas aproveitaram para despejar tudo aqui", conta Gisela Encarnação, responsável pelo Museu Municipal de Arqueologia. "Neste momento está a ser analisada pelo IGESPAR a criação de uma área de protecção", adianta ainda a responsável. Com o sol a brilhar, alguns curiosos quiseram assistir à recriação na Necrópole e às explicações sobre o significado daquele achado arqueológico do Neolítico Final.
O espaço abre ao público apenas duas vezes por ano. "A iniciativa deveria ser mais divulgada, em particular, junto das escolas", considera Sónia Pereira, moradora em Vila Chã, que soube da abertura através da internet. Laura Rodrigues, moradora há 32 anos nas imediações do monumento, deslocou-se, ontem, pela primeira vez à Necrópole. "Desconhecia a sua existência", afirma.
Com base nas experiências feitas nas recriações históricas, a ARQA vai lançar um livro, com uma linguagem mais acessível, destinado às escolas.
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Fonte: Jornal de Notícias, 21-09-2008
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