Três sepulcros colectivos do período Neolítico, descobertos em 1932 na Amadora, servem de cenário a uma recriação do dia-a-dia de um clã pré-histórico. A iniciativa decorre no sábado e os visitantes podem participar. Polir armas de caça, tear, fazer peças de barro ou cerâmica, moer farinha, ou atirar lanças são algumas das actividades que poderão exercitar.
As grutas da Necrópole de Carenque – escavadas no Tojal de Vila Chã – foram classificadas como monumento nacional, em 1936, e, nos últimos quinze anos, têm sido alvo de visitas guiadas. Agora, são dinamizadas pelo Museu Municipal de Arqueologia e pela Associação de Arqueologia da Amadora (ARQA).
Duas vezes por ano, o antigo cemitério volta a ganhar vida com a encenação das actividades económicas e de outras práticas com cinco mil anos. A iniciativa é concretizada por voluntários da ARQA, que recolhem materiais semelhantes aos da época, com uma grande vontade de desvendar a História sem recorrer às "exposições de vitrina".
"Convidamos as pessoas a experimentar arqueologia, ou seja, a tocar, a cheirar, a sentir as coisas, em particular as crianças, que querem logo conhecer tudo", disse Jorge Lucas, membro da direcção da ARQA.
"Há sempre uma personagem que representa o arqueólogo Manuel Heleno (descobridor da Necrópole), que vai descrevendo o que se passa. Depois há um ritual de enterro, pois sabemos como os corpos eram depositados com determinados objectos", explicou.
A juntar a esta iniciativa, está a ser preparado um livro didáctico, dirigido às escolas, sobre o Núcleo Monográfico da Necrópole de Carenque. De acordo com Jorge Lucas, as visitas escolares são já "muito menos do que noutros tempos", devido às imposições burocráticas na administração dos estabelecimentos.
A “viagem” pelo Neolítico começa às 14h e deverá terminar às 16h30. A entrada é gratuita.
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Fonte: Público, 18-09-2008
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