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terça-feira, 3 de junho de 2008

Amadora e Loures são concelhos da grande Lisboa com maior percentagem de crianças em barracas

Amadora e Loures são os dois concelhos da área da grande Lisboa com maior percentagem de crianças a viver em barracas e em bairros de realojamento, segundo um estudo sobre a pobreza infantil publicado agora em livro.

O livro "Um olhar sobre a pobreza infantil: Análise do bem-estar das crianças", de Amélia Bastos, Graça Leão Fernandes, José Passos e Maria João Malho, apresenta um estudo económico-social sobre crianças nos concelhos de Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Oeiras e Sintra.

O inquérito permitiu analisar cinco mil crianças destes sete concelhos, com idades entre os sete e os 12 anos, que frequentaram os anos lectivos de 2004/2005 e 2005/2006.

De acordo com o trabalho, os concelhos analisados podem dividir-se em dois grupos extremos: Amadora e Loures, por um lado, e Oeiras, por outro. Entre estes estão os concelhos de Cascais, Lisboa, Odivelas e Sintra.

Amadora e Loures são os concelhos com maior percentagem de famílias de etnia negra, registando ainda um maior peso de monoparentalidade feminina e de famílias numerosas.

Nestes dois concelhos, os pais e as mães das crianças analisadas tem em geral baixa escolaridade e reduzidas qualificações profissionais.

Por outro lado, as condições de habitabilidade são mais degradadas do que no resto da região da Grande Lisboa, apresentando uma maior percentagem de crianças a viver em barracas e bairros de realojamento onde dispõem de menos equipamento e menor variedade de brinquedos.

Por estas razões, é maior a percentagem nestes concelhos de crianças que afirma "não gostar do bairro onde vivem" e que se dizem "infelizes com a vida que têm".

No entanto, ao contrário das crianças de Loures, as crianças da Amadora têm a percepção de existência de dificuldades financeiras no agregado familiar.

Estas crianças, segundo o inquérito, são também as que tomam menos banhos semanais, têm uma alimentação menos equilibrada e vão para a escola a pé e sozinhas.

De acordo com o estudo, no lado oposto está o concelho de Oeiras, o que tem a menor percentagem de crianças carenciadas.

Oeiras tem a menor percentagem de agregados de outras etnias e uma maior percentagem de agregados só com um filho.

Os pais e as mães têm elevados graus de escolaridade e profissões altamente qualificadas.

As crianças deste concelho frequentaram jardins-de-infância, fazem consultas médicas de rotina mesmo quando não estão doentes e passam frequentemente férias no estrangeiro.

As condições de habitabilidade são também das melhores da região de Lisboa, com uma percentagem elevada de crianças a viver em moradias/apartamentos maiores, mais bem equipados e com variedade de brinquedos.

Ainda segundo o estudo, as crianças inquiridas neste concelho vão e vêm para e da escola com os pais e de carro.

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Fonte: LUSA / Visão, 03-06-2008

2 comentários:

Gonio disse...

Tanto podia ser dito acerca deste assunto, mas o "politicamente correcto" não permite....

Uma frase que me chocou ainda há poucos dias:
(já tem 3 filhos, engravidou pela 4ª vez, é empregada de limpeza nessas empresas de trabalho temporário e o marido não tem trabalho certo tb). Quando questionei porque engravidou a resposta foi:
"Porque eu quiz?? (risos) nao... todos filho quando sei já tenho barriga grande (risos)....

Anónimo disse...

se me permitem fazer um reparo, ao estudo publicado, fá-lo-ei: O facto de as cianças irem a pé para a escola não é sinal de carência social. É-o, sim se a escola for longe e se realmente forem sozinhas também acho que o facto de as familias terem só um filho não é, só por si, sinal de boa posição social. Só concluoque o estudo tem erros de an´lise ou foi mal transcrito para o sítio