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domingo, 23 de novembro de 2014

Último troço do IC16 inaugurado, 23 anos depois do início da CRIL

Foi preciso esperar 23 anos, contados desde o início da construção da CRIL, para que ficasse concluída a Radial da Pontinha (IC16), obra cujo fim representa “o fecho da malha rodoviária da Área Metropolitana de Lisboa”. Está em causa um troço com 700 metros, que custou 4,2 milhões de euros e que o presidente da Estradas de Portugal (EP) destaca que levou menos um dia a ficar pronto do que estava previsto.

Foi esta sexta-feira, às 16h12, que o primeiro veículo circulou no lanço do IC16 que liga a Rotunda de Benfica ao Nó da Pontinha (e se desenvolve nos concelhos de Odivelas e Amadora), obra que promete "contribuir para o descongestionamento de vias locais e da 2.ª Circular". A previsão da EP é que a partir de agora haja qualquer coisa como 26 mil veículos por dia a circular nesta radial, que termina no Nó de Lourel e faz a ligação à A16 e à CREL.

Na cerimónia que teve lugar ao início da tarde, tanto o presidente da EP, António Ramalho, como o ministro da Economia fizeram questão de lembrar que esta obra foi a primeira das 59 previstas no Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas (PETI) a chegar ao fim. Segundo António Pires de Lima, o terminal de cruzeiros de Leixões (“no primeiro trimestre” de 2015) e a electrificação das linhas ferroviárias do Douro serão os próximos investimentos a concluir.

António Ramalho sublinhou que a empreitada agora inaugurada custou 4,2 milhões de euros e ficou concluída em 149 dias, o que representa uma poupança de 500 mil euros face àquele que tinha sido o preço base definido no concurso público e menos um dia do que o previsto. Apesar da diminuta dimensão desta obra, o presidente da EP afirmou que ela “é mais importante do que parece”, na medida em que vai permitir “o fecho da malha rodoviária da Área Metropolitana de Lisboa”, ideia que “estava subjacente há 23 anos”.

Na mesma linha, o ministro Pires de Lima afirmou que a conclusão do IC16 vai trazer benefícios para as populações de Lisboa, Amadora e Odivelas, e considerou que a forma como foi executada constitui “um exemplo de um comportamento responsável e sustentável do ponto de vista financeiro”. Até porque, lembrou, a obra foi financiada a 100% por fundos comunitários.

Questionado sobre o porquê de este processo de fecho da malha rodoviária ter levado mais de duas décadas a ficar concluído, o governante centrista não deu explicações: “Estou nestas funções há 15 meses. Não consigo fazer um rewind dos últimos 23 anos”, disse.

“Toda esta obra foi muito complexa”, reconheceu por seu turno a presidente da Câmara da Amadora, para quem o troço agora inaugurado “é fundamental”, não só para o seu concelho mas de uma forma geral para a Área Metropolitana de Lisboa. “Vai descongestionar o centro da cidade da Amadora e a CRIL”, disse Carla Tavares, acrescentando que há também um benefício em termos de “requalificação da paisagem urbana”, nomeadamente com a erradicação do bairro de barracas da Azinhaga dos Besouros.

Já a presidente da Câmara de Odivelas afirmou que está em causa uma obra “muito importante para a mobilidade no concelho de Odivelas e na freguesia da Pontinha em particular”. Também Susana Amador referiu um ganho em termos de “valorização do espaço público”.

Apesar de o comunicado distribuído pela EP dizer que “além da construção da plena via da Radial da Pontinha foi também executado o restabelecimento da Azinhaga dos Besouros”, essa obra, que se refere que “vem melhorar significativamente as acessibilidades entre a Pontinha e Benfica”, ainda não foi feita. De acordo com António Ramalho, tanto essa via com 700 metros como a “requalificação urbana” da envolvente só estarão prontas “no final do ano”.

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Fonte: Público, 21-11-2014

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