A Comissão de Defesa dos Utentes dos Transportes da Amadora (CDUTA) vai promover uma concentração de protesto contra o abandono do sistema de passes intermodais (também designados passes sociais) pela Vimeca. A comissão lançou ainda um abaixo-assinado contestando a decisão da transportadora.
A concentração está agendada para 21 de Março, às 18h30, no Parque Delfim Guimarães, na Amadora. Em comunicado, os representantes dos utentes dos transportes manifestam o seu “total desacordo” com a decisão da Vimeca de deixar de aceitar os passes intermodais a bordo dos seus autocarros a partir de 1 de Abril.
“Consideramos que se o Governo tem pagamentos em atraso às empresas de transportes, tal facto deve ser denunciado e constitui violação grave, no entanto, não pode servir de pretexto à Vimeca/LT para retirar direitos aos utentes, reduzindo gravemente a sua mobilidade e acabando por obrigar as populações a pagar mais por menos serviço prestado”, defende a CDUTA.
Os utentes acrescentam que a decisão da Vimeca “pressupõe uma lógica que visa criar oportunidades de expansão de negócios para as empresa privadas, com o consequente e inevitável aumento de custos para os cidadãos”.
A CDUTA termina o seu comunicado afirmando que “é necessário e urgente garantir que a Vimeca/LT recue e reverta a posição assumida, de abandono dos passes intermodais, uma vez que esta medida põe em causa a garantia de um serviço público de transporte acessível aos utentes e pode mesmo potenciar e agudizar a instabilidade na empresa e levar ao consequente desemprego de centenas de trabalhadores”.
Nesta quinta-feira, os vereadores da Mobilidade e dos Transportes da Área Metropolitana de Lisboa também se pronunciaram unanimemente contra a decisão da Vimeca, afirmando que se trata de “um atentado ao direito à mobilidade” que vai prejudicar “milhares de utentes”. Os autarcas querem ser recebidos pelo secretário de Estado de Transportes, Sérgio Monteiro, que acusam de “inércia e aparente alheamento”.
Esta posição conjunta foi transmitida ao PÚBLICO por Joaquim Santos, o coordenador desse grupo de vereadores. O autarca do Seixal diz que o abandono do sistema de passes intermodais pela transportadora é de “elevada gravidade”, pelo impacto que vai ter junto dos utentes, mas também porque vai contribuir para “uma desarticulação no sistema de transportes metropolitano”.
“É mais um passo para a destruição dos passes sociais intermodais”, acusa o vereador, lembrando que a Fertagus não aceita esses títulos e que o Metro Sul do Tejo só o faz a troco do pagamento de “um complemento de cerca de dez euros”.
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Fonte: Público, 15-03-2013
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