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sexta-feira, 20 de março de 2009

A cidade ficou refém da ditadura do alumínio

A casa é pequena demais e todos os dias a caixa de correio é inundada de panfletos de serralheiros que dizem fazer orçamentos grátis e com facilidades de pagamento. O vizinho fez o mesmo e a varanda lá de casa pode mesmo ser um escritório, uma oficina de bricolage, uma "lavandaria" onde se empilha a roupa lavada por passar, ou mesmo a arrecadação que o apartamento não tem e onde se amontoa toda a "tralha". A cidade está "marquisada" e importantes exemplos de arquitectura moderna foram totalmente adulterados.

Do dicionário da língua portuguesa devia constar o verbo "marquisar" - acto de fechar varandas, ilegalmente, através de estruturas de alumínio -, tal é a obsessão dos portugueses por mais dois a três metros quadrados de área útil. As fachadas dos edifícios cada vez mais se confundem com as suas traseiras e importantes exemplos de arquitectura moderna de Lisboa foram desrespeitados e desvirtuados. A paisagem urbana degradou-se a olhos vistos desde a década de 1970, e a capital "suburbanizou-se".

"É, sobretudo, uma questão cultural", afirma José Mateus, vice-presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos. "Já viajei muito pela Europa e nunca encontrei nada que se assemelhasse à proporção que o fenómeno das marquises tem em Portugal". O arquitecto avança, também, com outra justificação de peso: "penso que a "marquisação" dos edifícios está, igualmente, relacionada com as limitações económicas da população. As habitações são manifestamente insuficientes para suprir as necessidades de espaço que as pessoas têm hoje em dia".

José Mateus explica que a enorme percentagem de portugueses com casa própria acelerou o processo de degradação da paisagem urbana. "Há uma dualidade na interpretação do direito de propriedade. O cidadão sente que, sendo proprietário da sua fracção, pode fazer o que bem lhe apetecer".

Um resultado final quase "esquizofrénico"

E, de facto, cada marquise é uma marquise - alguns proprietários fecham as suas varandas totalmente, outros, só parte daquele espaço. Uns optam pelo alumínio, outros pelo lacado colorido (branco, verde, "bordeaux" e até dourado se encontra um pouco por toda a cidade). Há ainda a questão dos vidros - normal, baço, martelado, trabalhado, escurecido ou mesmo espelhado. O resultado final é quase "esquizofrénico": uma panóplia de estilos, materiais e volumetrias transformam edifícios que marcaram um período especialmente feliz da arquitectura moderna portuguesa em comuns prédios suburbanos. A grande diferença é que estes edifícios ficam situados em zonas nobres e altamente inflaccionadas em termos imobiliários, e não na periferia da capital.

"O grande problema é que ainda não se assimilou que uma obra de arquitectura é uma obra de autor, e que merece ser respeitada e protegida como uma música, um livro, ou um quadro", diz o responsável da Ordem dos Arquitectos. José Luís Ferreira, arquitecto do atelier Promontório, tem a mesma opinião: "O urbanismo e a arquitectura têm uma lógica. E as pessoas só vão perceber isso quando olharem para um edifício com o mesmo respeito que olham para uma pintura, ou para uma partitura".

Na questão das outrora varandas e agora marquises, o arquitecto contrapõe: "Se perguntar às pessoas, elas querem varandas. Acham interessante a existência de um espaço exterior ao apartamento, um "jardinzinho". Mas, depois, acabam por fechar as varandas, porque precisam de espaço. E, sendo inviável, muitas das vezes, comprar uma casa maior, com mais assoalhadas, essa necessidade sobrepõe-se", diz.

Ataque à cidade "moderna"

Tanto José Mateus, como José Luís Ferreira admitem que a "fúria" das marquises se faz sentir com maior força no centro da cidade "nova", nos conjuntos urbanísticos construídos durante o Estado Novo, nas décadas de 1940 e 50 - decorrentes da aplicação da Carta de Atenas (1931). O documento foi elaborado no quarto Congresso Internacional de Arquitectura Moderna. Após analisarem 33 cidades mundiais, os arquitectos inscreveram nesta carta um paradigma da arquitectura moderna que respondesse aos problemas causados pelo rápido crescimento das cidades.

"O fenómeno das varandas fechadas é muito visível no eixo das avenidas dos Estados Unidos, de Roma e de Paris e Bairro de Alvalade", afirma José Luís Ferreira. "Esta é a zona da cidade moderna. Os edifícios, por exemplo, da avenida dos Estados Unidos da América "viviam" pelas enormes varandas que possuíam".

A tentação de fechar uma área que pode acrescentar uma dezena de metros quadrados úteis ao apartamento tem sido, portanto, maior. "O facto de a poluição atmosférica e sonora ter aumentado muito nesta zona da cidade, também contribuiu em muito para o fecho das varandas", argumenta José Luís Ferreira.

"Na década de 40 e 50, nasceram em Lisboa bairros muito bem pensados e planeados, na zona de Alvalade, avenida de Roma e Estados Unidos da América", afirma o vice-presidente regional da Ordem dos Arquitectos.

"O 25 de Abril, com tudo o que de bom que trouxe ao país, trouxe, também, um hiato nos mecanismos de controlo do crescimento das cidades e os danos na paisagem urbana e o fenómeno das marquises acontecem precisamente no período entre 1974 e o início da década de 90", diz José Mateus. "Foi a passagem súbita de um regime para o outro. Faltou enquadramento legal e fiscalização", sustenta.

Agora, que esse enquadramento legal existe, o responsável da Ordem dos Arquitectos considera que estamos perante uma "cultura instalada". "Vai demorar, pelo menos, uma geração a mudar a paisagem urbanística de Lisboa", prevê. Quanto ao papel dos arquitectos, afirma: "A Ordem dificilmente pode fazer alguma coisa. Alterar uma fachada por iniciativa privada, sem projecto, é sempre ilegal. Não cabe à Ordem dos Arquitectos reclamar à câmara e à Polícia Municipal para que se faça cumprir a lei".

Edifícios à prova de marquise

Os arquitectos desenham varandas e os proprietários dos apartamentos convertem-nos em marquises. O fenómeno está tão enraizado que os arquitectos começaram a desenhar projectos à prova de marquise. "Actualmente, quando um arquitecto projecta um edifício de habitação, faz tudo o que está ao seu alcance para evitar o desvirtuamento das suas obras", confessa José Mateus, vice-presidente regional da Ordem dos Arquitectos. "Os arquitectos não vão deixar de desenhar varandas, até porque são um elemento que dá bastante "ritmo" aos edifícios, mas, quando o projecto está na fase de concepção, tenta-se arranjar soluções que dificultem ao máximo a sua "marquisação" ", sustenta o responsável.Foi o que aconteceu no projecto da Promontório para a cooperativa de habitação Cociclo, em Telheiras - uma zona outrora suburbana da cidade, rodeada por vias-rápidas, e onde prolifera o "caos" do alumínio. "O arquitecto tem que conceber formas inteligentes, que não sejam ambíguas e que não se justifiquem fechar", revela José Luís Ferreira, do atelier de arquitectura. No caso dos dois edifícios concebidos para a Cociclo, empreendimento construído em 1996, no qual todas tipologias são "duplex", a solução passou por "varandas-pátio". "Criámos uns elementos amovíveis para fechar ou abrir a varanda horizontalmente".Com esta "invenção", a varanda reconquistou, neste projecto, a sua condição de habitabilidade, quer através da sua profundidade, altura dupla e sistema de protecção móvel, permitindo aos seus proprietários usufruírem deste espaço em termos muito semelhantes aos de um quintal de uma moradia uni-familiar.

A proliferação de marquises clandestinas no concelho de Oeiras levou a autarquia a elaborar um regulamento municipal, no sentido de disciplinar e requalificar o ambiente urbano. Trata-se de uma forma de evitar mais construções clandestinas.

A regularização das marquises já fechadas sem autorização camarária torna-se mais rápida e a autarquia de Oeiras não exige o pagamento de taxas agravadas. Porém, a legalização das marquises existentes está condicionada a determinados pressupostos: que as estruturas respeitem a homogeneidade da fachada, nomeadamente quanto à uniformidade de materiais e quanto à forma construtiva, relativamente a outras existentes e legalizadas". O requerimento tem de ser acompanhado de diversos documentos, entre eles de uma cópia da acta da assembleia de condóminos onde conste a respectiva autorização, quando se trate de edifício em regime de propriedade horizontal. No que diz respeito às novas marquises, o regulamento estabelece que "as estruturas a implantar devem, sempre que possível, respeitar a uniformidade de materiais e cores e volumetrias".

O impacto negativo das marquises na paisagem urbana seria minimizado - ou, pelo menos, controlado - se, uma vez tomada a decisão de abolir este espaço exterior ao apartamento, se adoptasse uma nova atitude perante o fenómeno, com o intuito de regularizar todas as situações ilegais que se encontram espalhadas um pouco por todo o país.

Infelizmente, a esmagadora maioria das marquises é projectada por serralheiros, a partir do gosto pessoal do proprietário da fracção, situação motivada pelo facto de a fiscalização camarária praticamente não existir. A Polícia Municipal só actua quando é formalizada uma queixa de um vizinho.

A iniciativa de uniformizar as superfícies envidraçadas de um edifício pode surgir, por exemplo, a "reboque" de uma remodelação da fachada do imóvel. Existe, inclusive, desde 1996, um programa de comparticipação estatal a fundo perdido - o Regime Especial de Comparticipação e Financiamento na Recuperação de Prédios Urbanos em Regime de Propriedade Horizontal, que financia a execução de obras de conservação e beneficiação que permitam a recuperação de imóveis antigos.

Para iniciar o processo de regularização/legalização destas situações, devem-se seguir os seguintes passos:

- Contratar um arquitecto que elabore um projecto de alterações, que melhore a imagem conjunta do edifício e entrar com o pedido de licenciamento da obra na câmara. José Mateus, vice-presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos admite, inclusive, que edifícios de baixa qualidade arquitectónica podem ficar favorecidos com o fecho das varandas.

- Se já existirem, no edifício em causa, algumas varandas encerradas, com desenhos diferentes e desfasados, a recomposição do alçado obrigará à sua alteração ou substituição, no decorrer da obra.

- Programar a remodelação ou construção dos envidraçados, de acordo com as disponibilidades financeiras de cada um dos locatários. Respeitar, sempre, o projecto licenciado.

_____
Fonte: Público, 06-03-2005

37 comentários:

Anónimo disse...

conclusão vamos todos fazer queixas... Acho muito bem.

Anónimo disse...

E já há uma varanda fechada na Vila
Chã.........

Anónimo disse...

nao percebo pq compram casa com varandas se depois as vao fechar! entao escolham casas SEM varandas!
fechar varandas é tão "povinho", tão brega, ....

Anónimo disse...

eheh solicita-se um livro especial de reclamaçoes para a vila cha, nomiadamente, para os habitates que de civismos nao ten nada...

Anónimo disse...

Não sejam assim tão contra as varandas fechadas. Pensem no que de bom elas podem dar à cozinha, ao quarto, à sala... Ou seja, o local exacto para passar a ferro, uma estante para os livros da escola dos miúdos, ou um chalé para o fim da tarde.

À varanda que inaugurou em vila chã a ditadura do alumínio, a continuar assim, será a mentora de mais marquises, estas, futuramente, com o acessório dos estores que tão bem lhes ficam. Afinal, sempre é mais uma divisão da casa e também direito à versatilidade da privacidade.

Ainda assim, não obstante ser contra tal decoração arquitectónica, antes uma varanda fechada do que algumas com aspecto de logradouro de uma casa clandestina de um bairro social. Espreitem só uma das varandas do lote 74. (traseiras)…

E porque não fazer uma chamada de atenção a quem insitentemente deixa o carro em cima do passeio, com mais de uma dezena de lugares à porta do seu estabelecimento comercial, ou ao estacionamento anárquico (como se não houve mais nenhum lugar nas redondezas) em segunda fila junto às pastelarias.

Anymore else?!

Fs

Anónimo disse...

lote 35 já tem uma varanda fechada, no meu prédio também já querem fechar varandas...

LMVS71 disse...

Pois é... no meu prédio também já existe 1 varanda fechada... mas o email com a devida denuncia e foto já seguiu para a C.M.A. Não tenho nada contra os vizinhos em causa, mas não adquiri um habitação neste bairro para parecer que estou a viver no meio do bairro de Santa Filomena. A distância é curta... mas o valor de aquisição certamente foi mais elevado!!!

E garanto-vos que todas as marquises que eu observar da minha janela vão parar ao serviços da C.M.A. via email acompanhado de foto.

Anónimo disse...

ONCORDO CONSIGO CARO LMVS71, O MESMO JA FIZ EU EN RELAÇAO AOS ESTACIONAMENTOS EN CIMA DOS PASSEIOS

Anónimo disse...

Também não vou deixar que essa situação venha acontecer no meu prédio! Tal como está descrito no texto, marquisar varandas é ilegal. Relembrem este aspecto nas primeiras reuniões de condóminos que tiverem. Da minha parte posso dizer-vos que já denunciei à PM que o proprietário do cabeleireiro Bella Bellisima já estava a usar a fachada do prédio para afixar publicidade, bem como o varandim do patamar! Passado nem uma semana receberam uma visita da PM e retiraram os cartazes de lá. Quem não têm respeito pelo mais próximo é este o tratamento que deve ter. Outro problema que vai dar que falar, está relacionado com os estacionamentos abusivos que se estão a generalizar na urbanização. Quem é que ainda não reparou nas traseiras do Pão de Mel? Nos passeios em frente ao Vinyl Bar (à noite)? E no passeio dos prédios castanhos (da rotunda) que está constantemente com carros atravessados quando do outro lado da estrada têm lugares para os deixar. Já para não falar da proprietária do cabeleireiro "Ana Sousa", que pouco falta para arrumar o carro no patamar.

Vítor disse...

O artigo do Miguel Esteves Cardoso sobre esta esquizofrenia está no blog: http://vila-cha.blogspot.com/2008/08/careca-tira-bina.html Muito bom!

Anónimo disse...

Eu irei fechar duas varandas minhas, podem tirar fotos meus queridos vizinhos, aproveitem dps os momentos em que estou lá sentada a repousar, e façam flash! Não se esqueçam que isso pode ter as suas consequências, fotografar habitações alheias, mas isso é um caso que depois se trata. Proximos mês de abril irei ter as minhas duas varandas fechadas e fica aqui garantido que depois de estarem fechadas, ninguem irá fazer com que voltem a ser abertas. Há muita coisa que eu não gosto e tento de gramar. Este blog será em breve considerado o part-time de muitas e muitos. Atenciosamente. Sónia de Mello

Anónimo disse...

Para a sónia mello,
Quem age como toda poderosa....algo poderoso lhe poderá acontecer...
Aprenda que seu é só o interior de casa, o exterior é parte comum, e isso inclui as varandas, terraços, paredes e a própria estética!
Por favor, arranjem um lugarzito ali ao lado,"na filomena", nem esse será o lugar ideal para arrogâncias e prepotências como a sua...
Cuide-se...

Anónimo disse...

Sra. Sónia de Mello, ou será doutora. Está-me a parecer que uma pseudo-poderosa de Villa de Chã está manifestar-se. Com o seu poderio não quer liderar o movimento pró anarquização de Villa de Chã.

Permita-me considerar, diria exacerbar o seu egocentrismo e excesso de bazófia. Fecha as suas varandas e faça eclodir dentro delas a excentricidade mental que há em si.

Peço desculpa por me ter dirigido a si desta maneira mas a arrogância implícita nas suas palavras demonstra o seu carácter e intelgência emocional.

Se me fizer mudar de ideias sobre si, refutarei desde logo a minha percepção da sua pessoa, com todo o respeito que lhe é devido.

Fs

Vila Chã disse...

Caros leitores,

Por favor, tenham contenção nos vossos comentários.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

No meu apartamento, eu sou e serei poderosa, no vosso apartamento são vós. Não é necessário terem contenção nos vossos comentários, desde que vivo na amadora (Amadora), já estou habituada a ver de tudo. Mas continuo a considerar que fazem muito bem fotografar varandas fechadas, ocupa parte do vosso tempo e torna-vos capazes de um dia recordar a experiência de ter uma casa na Vila Chã, que para vós, Vila Chã é algo que vos faz sentir dignos. A minha dignidade começa no meu espaço e acaba no meu espaço. Atenciosamente. Sónia de Mello, a mencionada poderosa da Vila Chã

Anónimo disse...

Faça marquises, melhor ainda, porque não a transforma numa cúpula em vidro? Assim, consegue isolar-se! Dentro, nem cheira mal aos vizinhos, nem temos mais de levar com a sua falta de civismo e de senso comum.
Bem, é esperar para ver quem é essa arrogante, depois de aparecerem duas varandas fechadas, não vai ser difícil...

Anónimo disse...

Uma varanda fechada pode ser muito mais do que os pontos negativos referidos no artigo.

Poderá ser um jardim de Inverno, ou sim, um acrescimo de espaço embelezado sem que esteja sujeito ás adversidades do tempo e sujidade.

Lógico que deverá ter em conta a estética do prédio, mas porque não?

Sinceramente, acho que há tanta falta de civismo em tantos assuntos, como a desordem e sujidade das ruas, os donos dos cães que não apanham a porcaria que eles fazem nos jardins e passeios onde as nossas crianças brincam, a constante picardia entre vizinhos e comerciantes... deixem cada um usufruir do seu espaço como bem entender...

Anónimo disse...

pedindo desculpa ao "nosso bloger" por desviar-me do tema principal gostaria de apoiar as reclamaçoes em relação ao estacionamento. vivo nas traseiras do pao de mel e é realmente uma vergonha nao so ai mas como em outras ruas. em relaçao as varandas nao tomo posiçao pois percebo e concordo com ambas as partes. mas penso ter saido a cerca de um ano um decreto que dispensa o propriatario de qualquer tipo de licença para executar o fecho das mesmas. apenas precisa do conssentimento do condominio, isto se este ja estiver formado. caso este se forme posteriormente as medidas por este deliberadas nao serao retroactivas.

Anónimo disse...

Estava convencido que a transformação de varandas em marquises implicava a autorização do condomínio.

Não é assim?

Anónimo disse...

Eu já tenho a autorização do meu condomínio, logo eu vou fechar as varandas. "Flash". Atenciosamente a poderosa da vossa Vila chã

Vítor disse...

Já tem autorização do autor do projecto de arquitectura?

A autorização, que diz ter, está de acordo com o número 3 do artigo 1422º do Código Civil? Isto é, "as obras que modifiquem a linha arquitectónica ou o arranjo estético do edifício podem ser realizadas se para tal se obtiver prévia autorização da assembleia de condóminos, aprovada por maioria representativa de dois terços do valor total do prédio".

Vítor disse...

Saber mais sobre o novo regime de urbanização e edificação em
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/PCM/MEAI/Comunicacao/Outros_Documentos/20080303_PCM_MEAI_Doc_RJUE.htm

e

http://www.anmp.pt/anmp/age/conf/2008/rjue/60_2007.pdf

Anónimo disse...

Que palhaçada!!!
É tão triste ter de partilhar os mesmos espaços com pessoas tão pobres de espírito, pessoas que só pensam nelas e no seu umbigo.
Esta urbanização é de todos e se todos gostámos dela o suficiente para aqui comprar casa, é porque tem um aspecto limpo, arrumado, uma estética e decoração de meter inveja a muitas urbanizações.
No que de mim depender a C.M.A. vai receber tantas queixas quantas varandas fechadas existirem em Vila Chã.
Depende de todos nós manter esta urbanização com o mesmo aspecto agradável que tinha quando foi construído e quando escolhemos aqui viver.

Lote Amarelo disse...

No que depender de mim, a CMA também irá receber queixas relativamente a cada varanda fechada.

Nunca vivi na Amadora e só vivo aqui porque esta é de facto uma urbanização diferente (pelo menos enquanto RESPEITAREM a sua arquitectura).

A Amadora tem sido uma cidade desordenada, onde se multiplicam algumas aberrações arquitectónicas, que algumas pessoas ainda fazem questão de piorar com as marquises!

Se queremos viver num local agradável temos que contribuir para isso. Quem não quiser varandas, procure uma casa que não as tenha. Há por aí imensas casas sem varanda!

Vila Chã disse...

Caros leitores,

Peço mais uma vez, por favor, que tenham contenção nos vossos comentários para que não seja, novamente, forçado a não publicá-los.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Não ofendam as pessoas que moram no Bairro de Santa Filomena, lutam pelo seu dia-a-dia, uns certamente de uma forma menos boa, mas isso há em todo lado. Não vejo qual o interesse em chamar o Bairro de Santa Filomena para defender os erros da Vila chã. Argumentos como : " as pessoas que fecham varandas, deviam de habituar em santa Filomena", não vejo o que isso justifica a falta de civismo...

Anónimo disse...

A amadora é so gente fina... tao fina que vieram para a Amadora morar... pois em Lisboa para fechar uma marquise teem que pedir autorização na Camara...Logo ai nao se sentem bem...

[C4] disse...

É pena que os arquitectos, que de forma tao criativa desenham os predios, não tenham em conta a envolvente dos mesmos. "Tive um orgasmo cerebral e acho que este predio é bonito assim". E de facto é. Mas em 90% dos casos nao é pratico.
Tenho casa na serra das brancas.
Tenho uma varanda enorme na minha casa. Tenho muito gosto em convidar os srs amigos das varandas para la irem tomar um cafezito e aprovitar a vista. Recomendo que tragam um bom casaco, mesmo de verao, e um cachecol, porque ao fim de 10 minutos de vento irao concerteza comecar a sentir a garganta a apertar. Dos 365 dias do ano, a minha varanda tem vento durante uns 360. Aberta serve apenas para estender roupa.
Assim que puder, irei fecha-la, marquisa-la ou lá como queiram chamar. Talvez se o sr arquitecto soubesse fazer mais que um copy/paste ou se tivesse em atencao a zona extremamente ventosa onde se encontra o predio, tivesse feito logo a marquise, ou jardim de inverno, como lhe queiram chamar.
Bem hajam

Anónimo disse...

Caros Vizinhos da Vila Chã,

Como arquitecto devo dizer-vos que neste momento 90% dos projectos habitacionais são aprovados por "patos bravos" e não por arquitectos com "A" maiúsculo.
Não querendo defender uma profissão que ganha neste momento menos que uma mulher a dias, saliento que a lei, tal como alguns leitores já referiram, proíbe, repito, proíbe a alteração da fachada dos edifícios sem o respectivo projecto de alterações.
Assim e para os(as) mais teimosos(as), o conjunto de folhas de vidro com caixilharia de alumínio ou pvc, as aportuguesadas marquises não são permitidas e acreditem que já vi umas quantas a serem demolidas por ordem das câmaras...e cara leitora que irá ou já fez a sua marquise...sabia que a estrutura da marquise onde gastou ainda uma pipa de massa não lhe vai pertencer?Informe-se já que construiu...
Tudo de bom para todos

[PCC] disse...

Mas afinal de contas.....

Temos balls ou não temos balls?

Seremos nós o típico português que reclama reclama, fala fala, mas fica quietinho na sua poltrona a ver se acontece alguma coisa?

Porra para isto!

Eu proponho, como morador da urbanização a abolição por completo destas aberrações envidraçadas e "aluminadas".

Eu proponho à administração do blog, a iniciativa de criação de uma petição contra as aprovações por parte dos condomínios para este efeito, bem como reforço, o teor do comentário do postado pelo sr. arquitecto.

Eu sou um dos abaixo-assinados certamente que seguirão essa petição.

Temos já vários casos de abuso e atentado contra a lei. Vamos formalizar as denúncias ou vamos ficar quietos?

Vila Chã disse...

Caro "PCC",

Concordo com a realização de uma "iniciativa de criação de uma petição contra as aprovações por parte dos condomínios".

Este blogue necessita de mais envolvimento dos leitores/vizinhos, desta forma pronho-lhe o arranque da iniciativa que referiu e o blogue encarrega-se de lhe dar visibilidade.

Aguardo o seu contacto.

Cumprimentos.

[PCC] disse...

Caro(a) Vila Chã

Certamente poderá contar comigo para esta e todas as outras iniciativas em prol do bem-estar e defesa da urbanização.

Não gosto de anarquias nem ditaduras. Sou democrata por natureza, logo defensor das decisões por maioria. Quer eu concorde com elas ou não, individual e perticularmente.

Entrarei em contacto assim que tiver, juntamente também do "meu" condomínio, reunido os principais passos para a melhor iniciativa "contra" a criação de "marquises".

Aproveito para questionar sobre o avanço da Comissão de Moradores da Vila Chã. Em que passo estamos? Já está criada? Já temos estatutos?

É bom não esquecer que já estamos em ANO DE ELEIÇÕES = oportunidade de conquista de promessas aos políticos = aquisição do direito de cobrança da sua realização no futuro.

Cumprimentos a todos.

Anónimo disse...

1º é agradavel de ver tanta gente empenhada por uma causa
2ºe porque não aproveitar este empenho para causas nobres e justas na nossa sociedade
3º é desagradavel constatar que existem pessoas que se preocupam com a vida dos vizinhos, com o que compram, o que têm.
4ºnão interessa se fecham, se abrem, se é para estender roupa, se é para um jardim de inverno, se é para arrumos ou simplemente porque se quer e gosta
5ºas varandas fazem parte do espaço de cada um, quando dentro da estectica do prédio e aprovado em assembleias por todos os interessados do prédio, não dizem respeito a mais ninguem
6º aproveitem as maquinas fotograficas e vão passear com a familia.
7ºo que faz a Vila Cha não são os prédios, ou as marquises e sim as pessoas, e pelo que posso constatar aqui não abunda em "bem pensantes" ou livres de espirito ou pensamento, parece que vivemos na provicia onde toda a gente fala de toda a gente
8ºe mais a Amadora é a 3º cidade com mais população de Portugal, tem zonas más e zonas boas, como em todo o lado, vamos acabar com estes comentários desagradaveis e contribuir para que a Vila Cha e a cidade da Amadora, seja um sitio agradavel e harmonioso para se viver

Vítor disse...

No que diz respeito ao ponto 4 apresentado anteriormente, vou repetir-me:

As alterações têm que ter autorização do autor do projecto de arquitectura, visto que este está coberto por direitos de autor. O blog tem um tópico a falar sobre isso em

http://vila-cha.blogspot.com/2009/03/alteracoes-nas-fachadas-tem-de.html

A autorização deveestar de acordo com o número 3 do artigo 1422º do Código Civil. Isto é, "as obras que modifiquem a linha arquitectónica ou o arranjo estético do edifício podem ser realizadas se para tal se obtiver prévia autorização da assembleia de condóminos, aprovada por maioria representativa de dois terços do valor total do prédio".

E no que diz respeito à autorização camarária, consulte o Regime de Urbanização e Edificação em

https://servicos.portalautarquico.pt/enterprise/

e

http://www.anmp.pt/anmp/age/conf/2008/rjue/60_2007.pdf

Espero ter ajudado. Vivemos em sociedade e não num casulo. Numa sociedade democrática existem direitos e deveres.

O seu condomínio tem um Regulamento de Condomínio? Consulte o artigo 1429º do Código Civil.

Vila Chã disse...

Caro "PCC",

Desconheço a existência de alguma associação, comissão ou pró-comissão de moradores.

Cumprimentos.

[PCC] disse...

Ao anónimo

...que enumerou 8 pontos...

e que aponta o dendo ao tempo ou perca dele que os outros têm na aboradagem e salvaguarda da Lei,

eu questiono se "ele" próprio não terá também perdido tempo a reler o sentido do que escreveu consequência do seu prórpio raciocínio.

Pois proponho que o 9º ponto do seu discurso seja:

Que uma sociedade, em harmonia, culta, inteligente, proactiva, etc etc em tudo o que se deseja, deve viver e saber conviver. E para essa LEI BASE da viva e da vivência, existem REGRAS.

Tem filhos?
Se tiver já pensou porque os proibe, ou lhe ensina muitas coisas que não devem ou podem fazer? Porque lhe diz muitas vezes que não?

Se não tiver filhos? Pense comigo: porque será que os nossos pais nos privaram de algumas coisas, ensinando-nos e incutindo-nos regras?

Exitem regras, existem leis, porque existem SOCIEDADES.

E se souber sociologia, sabe perfeitamente o conceito basilar de SOCIEADE.

Julgo que esse conceito vai de encontro ao racionínio que acredito "avulso" e "precipitado" que teve.

Unknown disse...

Amigos vou ser um novo morador da vossa urbanização e só vos peço um favor: NAO FECHEM AS VARANDAS porque venho de um sitio (Damaia) em que todos os prédios novos não têm varandas por causa dos bimbos que fecham as marquises.